quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Só que não é tão simples...




Descobri que algumas coisas na vida da gente (dentro ou fora...)
Não precisam ser necessariamente substituídas,
Ela podem ser movidas, tocadas, reativadas e algumas vezes elas vão mudar totalmente o seu significado.





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Caminho de volta



O garoto correu a noite inteira por dentro do mato. Sem direção, sem olhar para onde, apenas correu.

Quando o sol já despontava às suas costas ele parou. Parou por que se viu diante de um enorme muro e lá em cima do muro uma cerca, de onde pendia uma placa suja e enferrujada: "CUIDADO, ALTA TENSÃO - PERIGO DE MORTE"


Neste muro há entrâncias, pedaços quebrados que poderia ser usado numa tentativa de escalada.

O garoto quer muito chegar ao outro lado e talvez por isso não tenha reparado na placa... Dispara, num repente, na direção do muro...

 - "Não, Ben!"

Ele pára assustado, ergue os olhos e vê diante do muro sua mãe. O menino nunca antes vira sua mãe. Pois morreu quando dava à luz a ele, mas, de alguma maneira ele sabia, com toda certeza, que aquela mulher de olhos tristes era a sua mãe.

 - Não Ben! Ainda não está no tempo.

Ele recua e chora. Chora por que a vida tem sido demasiada dura consigo, chora por que a tristeza que sente é insuportável para uma garoto de oito anos, chora por que acredita que a morte é o caminho mais rápido para uma paz a muito almejada...

Mas agora aparece sua mãe, que está morta, lhe dizendo que ainda não está na hora....

O garoto enxuga  as lágrimas enquanto vê sua mãe sumir floresta  adentro entre os vagos fios de de luz. O menino respira fundo, vira-se e volta pra casa.