sexta-feira, 15 de março de 2013

OS OLHOS SÃO;





Porta que não se fecha, rastro de se perder. "Abismo de coisas medonhas", anzol sem volta... - Boa hora senhores, como vão minhas senhoras?

- A VIZINHA LOUCA me diz que é preciso ressuscitar velhas conversas, velhas maneiras de tocar o sexo com a língua... Hora quente, hora fria. - "ORGASMIZE-SE..". Grita a vizinha louca.

Não parece, mas os olhos dão a entender toda a agonia dum organismo em dor. Dão também a entender toda verdade dessa vida quando ela olhada de dentro pra fora, basta querer ver. Queres?

Espere, que personagens vejo?! Um ladrão, uma puta, um bêbado e um louco. Mas que fantástica trupe esta que vem viajando de tempo em tempo através dos primórdios; Senhoras e senhores eu vos apresento o nascimento do teatro.

Sim reconheço cada uma dessas personagens, ainda são os mesmos e estão por toda parte, conheço uma em especial, a alegre puta. Amor foi a palavra que me veio a cabeça quando a encontrei a exatos 17 anos. Jurei lealdade a essa moça de vestes esvoaçantes e boca gostosa.

Minha menina, minha moça, minha puta! És pra mim isso que sou pra ti; um problema, uma dívida, uma vontade contida de gritar e gozar o dia inteiro. - Minha língua, este satélite dando voltas e mais voltas nos teus seios. -

Esta noite farei poemas e beberei vinho lembrando-me das horas em que descançávamos um carne sobre a  outra sem pressa, sem medo e sem votade de parar. Beberei vinho e esperarei pelo momento em que novamente estaremos juntos, na mesma casa, na mesma ilha que é quando farei morada no teu templo.

Já passamos muito tempo separados, e  ora, admitamos que cada um desses dias separados é uma exceção á vida e tal exceção é no mínimo ridícula.

Vejo tudo isso e não consigo não ver.



sexta-feira, 1 de março de 2013

Sem Medo



Naquela casa, naquele quarto fechado e sem o menor perigo de interferencia do mundo, ele descansava.

Deitado na cama, com a cabeça apoiada num travesseiro surrado e molhado de suor, ele atento a observava. Enquanto ela se arrumava, colocava o brinco na orelha esquerda, passava a mão no cabelo, ele olhava a suas costas nuas e pensou que não havia no mundo inteiro um lugar onde desejasse estar, senão ali, olhando aquelas costas brancas e nuas.

Lembrou da primeira vez que viu aquela pele branca e da primeira vez que desejou transar com aquela mulher, foram momentos diferentes. Emoldurou na retira o momento primeiro em que beijou aquela nuca, tocou aqueles mamilos rosados e ainda lembra com perfeição do timbre do primeiro gemido arrancado daquela garganta... sentiu tesão novamente.


-Não sai, nada faz muito sentido lá fora.
- Não tenha medo meu bem, descansa que eu te quero bem quando voltar.
- Tchau.
- Tchao...