quinta-feira, 6 de outubro de 2011

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

lucides perigosa

  Naquele tempo tu tinhas cheiro de sonhos e lágrimas...


Por que fui eu quem mas esperou uma resposta que nunca viria, eu estive todos os dias naquele cais, desenjando que o vento me trouxesse algo bom e fui eu quem desejou nunca ter morrido naquela tarde...

sábado, 17 de setembro de 2011

Jaune (amarelo)



E você não vinha. Então a segunda - feira já estava acabada, as vizinhas já voltavam da missa, o caminhão do lixo meus olhos já viam no fim da rua. E você não vinha.
Então na terça as ruas ficavam alagadas, a chuva machucava as asas e as pombas morriam na avenida principal.

Na quarta - feira chegava propositalmente atrasada, embalada na esperança de ver minha calçada com pegadas que coubessem nos seus pés, mas nada havia além de toda sujeira dos gatos, então eu entrava em casa, e o rádio falava de sangue, e a televisão mostrava o sangue, e o jornal avisava que o governo estava pensando em mudanças para acabar com os delinqüentes, e na rua eu os ouvia, e eles buscavam uma maneira de avisar que precisavam de um emprego, e o governo achava muito mais barato abrir jaulas no meio da selva de concreto. E você não vinha.

Na quinta-feira eu via o seu cartaz de estréia na frente do teatro, estréia na Comédie-Française, e eu me lembrava que não estava em casa, devia te esperar no continente que era cortado pelo oceano, esperar o dia em que você completaria algum número significativo de apresentações, o dia que para você não importaria esquecer quando nos esbarramos no lado mais escuro da cidade, não importaria lembrar o quanto éramos ricos em palavras e pobres em atos, te faria feliz lembrar de quando éramos dois anônimos, sentados em qualquer café rindo alto, ou em qualquer bar tentando te ensinar português enquanto ria de te ver vermelho por causa da pimenta, e você ria do leiti quenti, e eu nem tentava falar s'il vous plaît e ninguém importava, ninguém queria saber de nós, além do garçom que para você era também ''menino'' e para mim sempre foi o garçom.

Na sexta-feira eu só conseguia lembrar de maybe, maybe, maybe... Como estes sinais amarelos nos fazem pensar.


Gosto muito das coisas que essa moça escereve...

Roubei da Maria :http://borboletacarnivora.blogspot.com/


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Não vou permitir novamente que minha mão vague a tatear no vazio de um quarto escuro.


Daquela tarde eu lembro das andorinhas no quintal de casa, lembro dos teus olhos vernelhos, os pratos quebrados na pia, o resto do bolo da festa de aniversario da noite anterior, o vento que trazia a areia salgada da praia.

Da noite anterior lembro dos pés molhados e da boca seca, as nuvens nuas lá longe deitando sobre nós uma sombra de conforto e certeza de que o mundo nunca acabaria, ao menos não naquela noite, poemas sujos lidos ao bom gosto de vinhos doces e cigarros improvisados.

Lembro também das mãos suadas, da carne trêmula sob uma colcha de retalhos também vermelhos e dos teus olhos azuis que sempre me confundiam de modo a não me deixar saber se era céu ou oceano aquilo que eu via quando te olhava.


PS. De manhã eu acordei e antes de abrir os olhos eu pensei; Tomara que tudo tenha sido apenas um terrivel pesado, mas quando olhei meus pesadelos estavam lá, sentados à cabeceira da minha cama e disseram: "Bom dia menino jhonny, estavamos só te esperando pra começar..."


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sem título ( Sugira um titulo pra esta postagem)


E os olhos dela derramavam luz na seda da minha gravata suja e amarrotada

O dia seguia sem muitas promessas, se alongando mais do que o necessário em tempos de extrema loucura e vazio.
Era cedo ainda pra sair; a luz lá fora nos cegaria e nos mandaria pra o inferno assim que um raio seu atingisse nossas retinas... A noite se recusava descer sobre nós, a escuridão teimava em não nos abraçar.
Nosso desejo era que o sol desabasse pra o outro lado da terra e por lá ficasse por muitos anos, por um sem contar de tempo... A cinza dos cigarros repousavam sobre o carpete, sobre os copos na mesa sobre nosso vidas. O cinzeiro permanecia limpo, intocado.

É claro que todos nós estávamos muito assustados ali dentro; quando será que vão arrombar as portas? Quanto tempo teríamos até que o medo, o senso de moral de quem não tem moral, destruísse tudo ao redor? Se arrepender, buscar um deus longínquo, sem rosto e imaginário seria de alguma valia na hora em que estivessem enfiando estacas nos nossos corações amaldiçoados?

A chama dos nossos olhos brilhava na penumbra daquela sala, tínhamos ali o futuro e a possibilidade do presente sem pagar nada por isso. Quando foi que porta se fechou pela ultima vez?

Quando te olhei pela ultima vez, percebi que eras a fraca sombra daquilo que conheci; os poemas, os risos, tua maquiagem, a cor da tua pele, o desejo exasperado pelo teu quadril nu, nada mais fazia sentido no momento em que te elevavas ao teu tempo de origem... Não disseste nada, com um sinal pediste um cigarro, te dei... Não me despedi, não te dei um ultimo beijo, te deixei partir.

Permaneci quieto enquanto as pessoas desapareciam uma a uma naquele principio de noite, naquele fim de vida que foi o ultima dia da alvorada deste tempo.




segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pequenos malditos...

Na minha despedida teve um café forte pela manhã pra aguentar a longa viagem, o dia e tudo aquilo o que ele traria,
Teve flores em um vazo muito bonito colocado sobre a toalha branca, num ponto  demoradamente estudado da mesa, teve um bilhete amassado e manchado que fora guardado por longos anos... Teve olhos mareados e um cigarro pra anestesiar  a dor nos pulsos que ainda incomodava. - "Vai cicatrizar logo" - pensei antes de sair.

Tanto tempo depois eu ainda lembro daquela manhã como algo muito recente, tavez por que nenhum de nós tinhamos a ideia, ou esquecemos, por puro querer, que as coisas boas uma hora acabam, fato exposto e experimentado por quem viveu naquela cidade por um tempo... Um tempo quase indefinido, quase infinito, quase melhor que hoje, um tempo quase bom.

Em 96 eu tinha 16 anos, escrevia poesia beatnik, dirigia  um grupo de teatro da escola, cantava em uma banda e fazia a vida acontecer alí , bem na minha frente. O que ouve? Quem deixou aquele bilhete no meu caderno, quem desmoronou primeiro, quem não pediu ajuda... E principalmente por que nós não percebemos que eles precisavam de ajuda?
 Por que eramos adolescentes egoístas, achando que faziamos parte de um movimentop vaguardista e não olhavamos pra nada além da nossa própria imagem refletida nos olhos dos outro. Nunca tivemos coragem de olhar com verdade pros outros....

Acho que professores deveriam ter mais cuidado ao explicar certas coisas a alunos de desesseis anos.


Agora as paredes estão vazias, os quadros estão nela dependurados por fios de memória tão frágeis...Esses quadros estão ficando borrados, cada quadro é um lápso, cada moldura um flash, um choque nas pupilas e eu me sinto aprisionado em cada uma dessas fotografias....Agora toda palavra é muda e não ha anestesicos... estou velho demais pra isso!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Pequeno, humano, egoísta e fraco



"Quando a noite desce e abraça toda a terra com sua escuridão
é que os fantasmas nos vem visitar. E é nessa hora que desaparece a humanidade em nós."



 



"Quando a gente olha muito tempo pra dentro do abismo, o abismo também olha pr adentro da gente."






Das canções de horror escritas por um velho cego.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Quinta feira - O espirito quer deixar o corpo

Tempo de ir embora. Tomar vergonha na cara, lavar as mão e sumir.

Dor nos olhos, suor frio, vontade de matar alguém, caneta de laser nos olhos, dormencia nas pernas.. desespero pequeno na alma...Parece cocaina mas não é!


O mundo não é livre, tu não estás apto a viver sob as regras dele e proncipalmete não estás em condiçõpes de recusar ou modificar as circunstacias.

Tenha um sonho, tenha um motivo, tenha um objetivo e tudo será esmagado.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Quarta feira - Gosto de merda

23h02
O meu estômago resolvel dar mostras de que ainda está aqui, bem estragado mas está.
Dor, náuseas e aquele desconforto de quando tu tens certeza de que algo muito ruin vai acontecer.


23h50
 - Quem é essa menina aí? Essa batendo no vidro do carro...
 - Sei lá manda ela embora!
- Olha, ela ta mostrando os seios... Não ri doido, é uma merda isso! Que que ela ta fazendo?
- Ta esfregando os peitos na janela do carro ô seu merda!
 - Eu sei seu idiota, mas por que ela a fazendo isso?
 - Oferta e procura bonitão. Mas acho que ela não emite nota fiscal hahahaha. Olha os olhos dela... ta completamente drogada mano.
- Ta frio lá fora, e ela deve ter a idade da minha sobrinha...
 -  Leva pra tua casa doido, acolhe. Mas leva todas que estão na rua por que uma só não resolve. Dai um dia ela te mata e te rouba. Mata tu, tua filha, tua mãe...
 - Bora sair daqui, a gente vai acabar preso...
 -  Eu fico pensando nessas horas o que teria dado errado pra essas pesseos...
 - O país delas deu errado, o chico tava certo: vamos criar o ministerio do "vai dar merda"...


03h
Vomitei um pouco, mas to melhor.
Ja fomos parados em uma blitz, nos seguraram por uma hora por pura inplicancia mas tiveram que nos liberar.


03h30
 - Tu soubeste da ana?
 - Soube sim, a virgnia me ligou e pediu que eu te avisasse mas mano, eu não tive coragem de te ligar pra dar uma noticia dessas...
 - (...)
 - Onde ela tava?
 - Na suissa... se trancou no quarto dum hotel...
- Desculpa, eu não tive coragem de te ligar....
 - Relaxa.

- Olha lá, não  é a mesma viatura que parou a gente ainda agora?
- É, são os mesmos caras. Estão olhando... Será que eles sentiram cheiro de maconha?
- Sentiram cheiro de grana. Eles não aguentam dois pretos com grana no bolso e num carro bom. Vamos passar por eles... Fala alguma coisa pra eles heheh


03h45
Tanta coisa vem  a cabeça nessa hora, eu ja tava mau do estômago e deveriamos ir embora mas gostamos de um pouco de confusão.

- Boa noite, noite fria né? E com essa chuvinha... (Um deles sai do carro) - Chato trabalhar a esta hora né?! Eu sei que ces queriam ta em casa...

 ( Eles encaram a gente. Quase da pra suforcar com o cheiro de raiva saindo deles. Passamos por eles)

- Volta lá, dá uma ré
- Vamos embora, ja ta bom. Eles ja estão putos.
 - Não, calma lá. Volta.
- Seja sutil hehehehe

- Ja jantaram? Ces querem jantar? A gente paga alguma coisa pra vocês. A gente tem dinheiro... bastante até... Não?! então ta bom.



04h04
aceleramos um pouco passando por eles, pelo retrovisor vemos um deles apontando a mão na nossa direção. Um estampido seco e o vidro traseiro e o parabrisa do carro estouram ao mesmo tempo.
Surdos e desorientados assistimos a viatura ir ebora na direção oposta a nossa.


04h15
 - Agora ta na hora de ir pra casa  né?!
 - É



terça-feira, 22 de março de 2011

Terça feira - Desencanto repentino


O melhor do ser humano é o seu poder de escolha: Mentir ou não mentir, sacanear ou não sacanear... Ter e saber ter, ou perder mas querer. Quem és tu?



 Ando com muito medo de sentir as coisas, com muito mais medo de falar. Com certesa não sou mais o mesmo. minha verborragia enferrujou ou fiquei com medo de levar um tiro.

Ontem eu me senti muito só, mas do que comumenteme me sinto. Fui a uma praça para tentar esquecer o dia atribulado que tive  e me sentei num banco. Vi correr pela grama um garoto que juntava pedras e assustava os pombos fazendo-os revoarem por cimada sua cabeça alegre e sem sonhos sérios. Aquilo me fez esquecer dos meus trintas e um anos, me fez mergulhar num segundo de delicada cumplicidade com o tempo, que por um breve acerto de contas, devolvel-me uma alegria perdida e banhou a atarde de ontem numa serena certeza de que meu tempo acabou. e alí, diante de mim eu chorei.


As chuvas pararam e não vão cair tão cedo. O sapo cururu se enterrou na lama ( ele vai ficar magro - pois comida ha pouca, ele vai ficar com sede  - pois não ha nada nessa terra que lhe possa saciar, ele vai ficar aborrecido - pois o tedio lhe roerá o espirito mas ele vai esperar....)  pois sabe esperar, mas não pense que sua paciencia é eterna.

Eles brincaram comigo, sou um joguete, uma peça, um pião. A minha fé fora reduzida a migalhas de conveniencias, aquelas das quais lançamos mão somente na hora da morte.
Agora uma garrafa ou duas, um baseado escondido na agenda... Mas isso vai sempre uma faca de dois gumes.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Segunda feira - Estranha



Talvez ninguém tenha notado ainda e vão me dizer agora que é verdade que é só uma questão de tempo.
Mas cada hora que passa a distancia diminui e essa colisão de ideologias tortas é eminente mente perigosa, as circunstâncias mudam e o medo aumenta.

A desconfiança anula qualquer possibilidade de conversa ou auto-aconselhamento, os telefones estão fora de área o cérebro descansa torpe procurando uma ilha donde não haja frio, uma pedra, uma âncora...


Áreas de contenção, toc de recolher no guamá, celulares em presídios, bolsões de pobreza no centro das capitais, ONG'S se acumulam sob a égide inquestionável dos "projetos sociais"... O brasil está e festa; viva Obama!! ( "Passem fogo no cara" - Foi a ordem do traficante") E o conselho de segurança da ONU autorizou o cerco contra o rebeldes, autorizou a exclusão aérea na Líbia - Que  DES- serviço meus senhores, que DES-serviço.

Parece que quanto mais obscuro o sentimento menos se percebe a perda, quanto mais vulgar mais popular se torna este teatrinho horrendo.


"Essa crise (meus amigos) é uma crise na consciência..."

terça-feira, 1 de março de 2011

As flores (confesso)



Esta história é sobre as vontades de gente como eu que teima em entender as flores e sobre as vontades de flores que teimam em contrariar os homens


Foto: Jhonny Russel



As flores sabe?!
(Elas às vezes falam comigo.)


E claro que eu nunca respondi nem mesmo ao mais simples ou curto dos comentários de sua parte. Porque eu sou gente e gente não deve responder às flores.

(Gosto de ouvir as flores cantarem.)
Claro que nunca direi isso a elas. E se o disseres eu serei taxativo (e mentiroso) - “Não, eu nunca pronunciei tais palavras

(Mas o fato é que gosto e muito de ouvir as canções de flores.)

Gosto do seu hálito pela manhã, gosto do jeito como balançam em dias de brisa fria. E gosto do jeito como se curvam ante a força esmagadora e opressora dos ventos em madrugadas solitárias de muita tempestade e desejos. (Nisso também há canções.)

Certa vez ouvi como quem ouve sem querer, a conversa de flores que habitavam o jardim de meu pensamento.

Flor com espinho - Tu sabes dele? Faz semanas que não nos vem ver as pálidas faces!
Flor sem espinhos - Não sei dele, nem de seu paradeiro. Menos ainda da razão pela qual assim nos deixou abandonadas. Na certa deve estar agora procurando novas flores pra trazer pra este seu jardim.


(Isso era verdade.)
Sempre me pus a desvendar novas maneiras de conquistas e desafios sobre tudo o que faz referencias a flores.



As flores sabe?!
Elas às vezes falam comigo.


domingo, 27 de fevereiro de 2011

Oases negro


Entrei num bar pra comprar cigarro  e dei de cara  com ela cantando uma música que eu havia escrito dez anos antes. Parei pra ouvir. Do palco ela sorria pra mim e no final ela disse: vai lá menino, o mundo ainda é teu.
De todos os pub's de Sampa em tinha de entrar em um onde ela canta?




Olá meu amor.

Desculpe a ausência, o excesso de silêncio mas agora não da mais.
Este tempo em que estive fora foi bom... Eu sei, sei; eu deveria ter ao menos avisado mas fique tranquila por que eu não fiz besteira, eu firmei contigo um compromisso, fizemos um trato e minha palavra inda vale. ou não vale?!

Pois bem, já se foram dez anos... E eu te procurei em cada bar, em cada pergunta, em cada gole eu te procurava.
Ainda me fascinas; O brilho da tua boca, teu gosto por óculos e por flores modernas, A poesia jorrada à mesa na hora do jantar, as drogas que usas... Contigo aprendi a beber vodka e a chorar por amor.

Conheci algumas pessoas parecidas contigo, parecidas em força, intensidade, desespero... Mas nada se assemelhou a cor dos teus olhos, Nada chegou perto daquilo que são as tuas mãos trêmulas depois do sexo. Nada comparado ao mistério que és.

Ela - "Jhonny, a força dessa musica, as imagens que criaste pra eu cantar... Lembra em muito a força que tua presença teve e tem na minha vida. Acaba por restituir em mim um sentimento de delicada sutileza que eu ja perdi a muito; A europa faz isso com as pessoas....Só uma música faz sentido hoje, é quando surta em mim a sutileza..""

Teus livros não te dizem mais nada, as musicas não soam tão novas como quando estávamos a escreve-las... Isso pra mim.

Ela - "Vamos cantar essa música ate ficarmos deprimidos, depois vamos subir no Itália e pular de lá como se fôssemos eternos. Tua musica fala disso também..."
 Ele - Estamos velhos demais pra o suicídio.
 Ela - O que vais fazer agora?
 Ela - Ta amanhacendo... Preciso pegar um taxi, vou voltar pra Belém.

É facil ser duro, frio... É facil não querer nada quando não se tem nada!

 Ele - Foi pra isso que voltaste?
 Ela - Como assim?
 Ele - Recuperar alguma coisa perdida....
Ela - Foi!
Ele - Não ta mais comigo, eu não tenho mais.
 Ela - ( chorando) A verdade é que nenhum de nós pensou que seria assim, lembra que nós dissemos que a distancia engole qualquer coisa?!
Ele - Estávamos errados né?!
Ela - absolutamente errados...

Tem coisas que devem ser guardado pra sempre, já outras é preciso esquecer.

Ele - lembra d nosso trato? eu quero desfazer...
Ela - Por que?!
Ele - Por que? Por que deveria ter sido bom... E não foi!
Ela - ....
Ele - Eu quero ir embora, quero fugir mas a chave ficou contigo.


Olá meu amor, desculpa os contra-tempos, desculpa a dança maluca no final da noite, desculpa eu ter ido embora sem te acordar... Meu tempo é breve agora; desfaça nosso acordo, volte pra casa... Teus dons inda me iluminam mas me de licença que eu vou embora.


A tristeza fica por sua conta.







sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vamos fazer de conta que... (Ou uma coisa que ela me ensinou)

tu a estás tirando ela de um prédio em chamas.



Meio  tonta ela olha nos teus olhos enquanto tu a carregas pra fora, passando pelos corredores em chama que fazem arder teu rosto e tu sentes as línguas de fogo lambendo tuas pernas.

não há muito tempo; a porta que dá pra o corredor de saída esta bloqueada, vocês estão no quinto andar e agora só existe uma chance: há uma janela aberta que vai dar em uma sacada já bem destruída pelo fogo, a sacada está frágil não aguentando vocês dois ao mesmo tempo, não há tempo para pensar:

Tu nem lembras como conseguiste te meter nessa cagada! como se o tempo congelasse tu começas a repassar os ultimo momentos dessa noite - devo estar morrendo - pensas!
Tu passavas pela rua, na madrugada, quando uma clarão te chamou atenção. muita gente na rua, gritos choro e uma prédio imenso imerso em labaredas vermelhas e amarelas.


"Tem uma moça lá dentro" - Um senhora grita chorosa em meio a confusão da noite. Num ímpeto de... Sei lá de que tu largas a garrafa e core na direção do inferno. sobes vários lances de escada até chegar a um donde ouves batidas na porta, batidas quase mortas. Quando te dás conta, estás parado com ela no colo olhando pra unica saída possível daquele inferno que tu escolheste pra ti.

A decisão já fora tomada; tu colocas ela pro lado de fora da janela, ela se apóia na beirada enquanto a escada dos bombeiros se aproxima para fazer o resgate.  A escada chega e uma bombeiro pega a moça e começa  a  tirá-lá dalí.

Tu ouves vozes te chamando atrás de ti, olhas e vê que os bombeiros abriram uma buraco na parede. Quando tu vais correr na direção dos bombeiros, todo o teto desaba em cima de ti, bloqueando qualquer possibilidade de salvamento! Mas tua morte não é imediata, tu ainda sentes alguns ossos quebrando com o peso de vigas de concreto, também sentes o cheiro do teu cabelo e pele queimando... O fogo toma conta do ambiente e te calas para sempre.

Ela acorda em uma cama de hospital, cercada de pessoas amadas e com um processo milionário a seu favor, contra a construtora do prédio recém entregue aos donos.

Os jornais falam de um fulano que se tornou héroi num salvamento histórico. Para ela agora, resta apenas a lembrança do teu rosto vermelho em meio ao caos e a prova de um amor verdadeiro.


O amor é cego, surdo e burro. Tu és um  otário, um otário morto.

Do átomo dirigível às substâncias mortas






Parado aqui, mas olhando, através dos olhos de quem partiu, pra alguém que ficou... Não seguiu as suas próprias regras.

Eu tinha diante de mim um mar que se chama solidão, que me chamava viver com ele este estado bipolar de tédio e euforia barata. Um mar cujas vagas vinham me beijar e afundavam meus pés na beira da praia, isso sempre me deu medo.

Quanto desencontro ainda haverá nessa nossa vida? Mas antes de mentir eu procurei te dizer a verdade, só que tu não quiseste ouvir, agora é contigo, escolha no que acreditar; uma mentira contada com sinceridade ou uma verdade absolutamente duvidável.

Se o pouco que tem, ainda tiver algum sentido então ainda há muito que fazer, até por que agora não há mais alternativa, nem onde se esconder é preciso trabalhar.

A vida é um mapa de palavras cruzadas, um criptograma onde nada se encaixa e as pistas eram as letras 'M' e 'A', o resto eu apaguei sem ler.

Eu te ofereço abrigo e carinhos pras feridas com as quais o tempo te presenteou. Confesso que eu mesmo ainda estou me recuperando de tudo, mas isso não é empecilho. Também posso cuidar de ti.

Lembra quando este caos era só uma possibilidade, e a insegurança era só uma fraca sombra? Hoje eles têm peso, substancia e malicia. Agora estamos longe de onde gostaríamos de estar embora aqui seja um lugar quase tranqüilo, quase livre, quase romântico... Que mal há em acertar as contas com o tempo?

Ontem encontrei com alguns dos nossos antigos amigos, me perguntaram por que não atendo mais meu telefone, por que eu nãos respondo e-mails e por que eu desapareci... Gargalhei alto pra mudar de assunto e não dizer no que ando pensando. Garanto-te que eu não vou rir de tudo isso.

Texto Jhonny Russel
Edição: ssheep.




terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Foto bonita pra começar o dia,




Por que esta semana o mundo, duas vezes, quis sair da sua órbita.
Eu ja avisei todo mundo, ja ligue pra sampa. Mas eu não vou conseguir ir pro velório ( desculpa) Eu me conheço e sei exatamente até onde eu posso ir e é isso, vou segurar até onde der.



Um beijo do amigo jhonny.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Ela leu o título..

E fez uma cara de que não gostou.

"O Gran Cirquito"

Foto conceitual tirada pelo "pai mais lindo do mundo"

Musa - Que quer dizer isso pai?
Pai - Bom, eu quiz brincar de misturar coisas grandes e pequenas. Grande+cirquinho e...( ela me interrompe)
Musa- Ah, ja sei: É por que ele parece que é pequeno por fora, mais é muito grande por dentro, porque é mágico. Que nem a casa do Snoop.

Pai - é filha é isso mesmo....

Esse tipo de coisa ilumina meu caminho, transborda de ternura meu coração é a garantia de que algumas coisas na vida, eu fiz certo.


"O Gran Cirquito" é o novo espetaculo que escreví e está em processo de montagem.
é ela quem da sentido pras coisas que eu faço.


(Obrigado Musa)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A santa e a puta


Ha o cheiro de coisas mortas no caminho,  ha sombra e silencio por toda parte.

O medo toma conta do meu coração sempre que ouço passos na estrada. O rio secou, as flores se foram a terra está morta.

Da ultima vez em que estive na estrada, passei por uma casa que ardia em chamas aquecendo a madrugada gelada. Foi lindo ver toda aquela cor e fúria, assistir toda aquela destruição fez renovar na minnha alma as forças. Fiquei ali a madrugada inteira e depois, pela manhã quando restara apenas a lembrança duma noite aquecida, fui ver se sobrara algo de valor para quem sabe, poder trocar por comida.

Encontrei uma porta que levava a um porão. Desci com a arma na mão e com o peito bombeando medo desci. Havia no ar um odor quente que me lembrava carne cozida, continuei descendo a escada com muito medo do que poderia encontrar.

Liguei a lanterna quando a luz que vinha da entrada se tornou fraca, pude ver muitos corpos jogados uns por cima dos outros, eram corpor de mulheres semi despidas. Não estavam carbonizadas, elas morreram de calor. Eu ja havia ouvido falar neste lugar; funcionava com um bordel só que ao invés de dinheiro - pois sabemos que dinehiro não tem mais valor algum hoje- os viajantes pagavam com qualquer outra coisa que tivesse valor; água potavel, comida, proteção, armas...

Mas que tipo de monstro trancaria dezenas de mulheres num porão e colocaria fogo na casa em cima? ou será que elas, no desespero, tentaram se proteger la dentro se trancaram na própria sepultura?

Comecei recolher aquilo que me parecia ter valor; espelhos, algumas tinham brincos, colares, sapatos....

No canto mais escondido daquele sepulcro amaldiçoado havia uma corpo agarrado firmemente a um objeto que em principio não consegui distinguir.

Precisei chegar bem perto e virar aquele cadáver; a aquilo enconlhido no canto da parede e que uma dia fora uma mulher estava agarrado ao que parecia ser a imagem de uma santa. não sei que santa era pois nunca dei trela nem nunca entendi direito este tipo de devoção.
Vi que na mão daquele mulher havia um anel e tentei tirar. mas ela estava mesmo enrigessida segurando aquele pedaço de gesso tambem sem vida. Tive de usar muita força e quebrar alguns ossos.


- Que pedaço de carne teimoso - Pensei.

O mundo acabando e as pessoas ainda se apegam a fé... Esse cadaver por exemplo, poderia ter tentado fugir, correr, abrir a aporta e brigar no entando preferiu se agarrar a um pedaço de gesso, preferiu talvez rezar e buscar no nada uma resposta, sua salvação.... Ela preferiu se agarrar a própria morte.

Partí sem mais me preocupar com as escolhas que fazem os outros e eu teria levado a santa para trocar caso ainda tivesse rosto e não um buraco mostrando um gesso sujo e o sangue daquela prostituta.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em construção

Chegaste num canto de encantaria; na peleja da fé contra o tempo montando o cavalo d'Ogum.

(...)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meu amor, meu pequenino grande amor.

Eu sei que  vida não tem sido facil pra gente ( mas também não vamos reclamar) eu sei que as vezes eu perco a paciencia contigo. E cofesso que muitas dessas vezes eu mesmo poderia ter evitado tantas palavras duras e ditas tão auto.

Não sei como é isso na tua cabeça de criança, não sei como tu entendes quando te digo que não posso te dar isto ou aquilo quando me pedes... Não poder te dar tudo isso que mereces me magoa, não gosto de ver teu rosto decepcionado, me fere...

Mas olha, isso vai mudar, seu papai ja teve dias muito melhores e vou correr na frente, vou acordar mais cedo todos os dias pra que seja verdade os dias felizes da tua vida. Eu tenho certeza que vamos superar estes dias horriveis, esquecer o que puder ser esquecido e tocar em frente. Saiba meu amor que todo dia ue saio de casa pensando em como eu posso melhorar, nem que seja um pouquinho, este mundo onde vão viver tu e teu maninho.

Prometo que isso tudo vai passar. Eu não vou me arrepender das escolhas que fiz, sei que muitas delas é que me levaram a  estes momentos inglórios mas estas mesmas escolhas foram feitas por que eu não queria ter do que me envergonhar diante de ti no futuro.

Meu amorzinho, estou tentando te conhecer; muito de mim percebo nas tuas falas e no modo como questionas o mundo ao teu redor. Fico feliz por questionares e eu sempre vou estar perto para te dar aquela foça, quado precisares.



Hoje foi um dia bem bacana; teu primeiro dentinho caiu ( eu gravei tudo) fiz contatos de trabalho  muito bons e comecei a escrever uma nova peça.


Filha, algumas coisas na vida não tem jeito, acontecem: As pessoas mudam, todo mundo chora um dia, os grandes amores nem sempre são tão grande assim e em 50% das vezes nem valem o esforço, todo mundo mundo envelhece, alguns amigos vão embora, outros morrem. e quando entender isso filha chore, se sentir vontade. Seja bastante leal aos teus desejos, ainda que pareçam errados aos outros, mas também tenha boncenso, celebre seus amigos, cuide bem  dos seus irmãsozinhos por que eles são o laço entre o teu passado e o teu presente... Eles são uma estençaõ de ti. Respeite as pessoas e quando cresceres e estiveres cuidando dos teus.... Não esqueças este seu paizinho.

Amo-te,
boa noite perereca.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dez anos depois - Uma história de família

Um dia eu tive de enterrar um filho.

Isso mecheu comigo e mudou minha vida de uma maneira unica e triste. Qual a novidade nisso?
Nenhuma; qualquer pessoa com o minimo de atividade cerebral choraria, olharia pro distante inatingivel e se pergunria o por que daquilo, desejaria morrer (talvez eu já tenha morrido). uma coisa que me chama atenção naquele momento é que eu não pensei que era obra do diabo, não culpei ninguém, não pensei em deus, na verdade eu nunca mais pensei em deus.

Mas eu fiz tudo direitinho; encaminhei os tramites legais, paguei as contas e carreguei aquele pequeno caixão até o local donde eu me despediria da filha que viveu apenas cerca de seis horas.

Isso nem é uma queixa nem nada; se eu pensar direito eu fui ate bem afortunado: A mãe, nem pode se despedir, estava no hospital internada. (ela esta viva e hoje somos grandes amigos, ela é madrinha da segunda filha que tive com muita saúde e toda alegria do mundo ilumenando o meu caminho como a me recompensar...)

Eu não me tornei amargo por conta da perda, não me transformei em um monstro magoado com a vida.

Eu só passei a viver com muito medo de ter algo que fosse meu e que eu pudesse perder. Não sei direito por que eu me lembrei de tudo isso... Talves o assombro de saber que joguei no lixo os ultimos três anos da minha vida, talvez...


Nao sei por que isso volta a tona dez anos depois...



Vou ficar atento.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Deus tempo




Houve um tempo em que ele agradeceria a deus por esta chuva que cai sobre a cidade.




Houve um tempo em que nessa hora ele correria para aquele lugar onde eles foram um, e lá falariam sobre tudo; sobre a cidade estar mais limpa ou não, sobre os carros que estão mais rápidos, sobre as pessaos estarem mais sós... Ou não.





Ele caminha como um zumbi por entre os carros estacionados, como um ser morto e sem alma. Ele não tem medo, nem frio, nem vontades, nem nada.




O cheiro do asfalto molhado, o barulho dos pássaros gorgolejando felizes pela chegada da chuva, o peso da água caindo móbida no seu cabelo. E ele andando em circulos sem deixar rastros...


Completamente encharcado ele pula de poça em poça.


Ele pula, pisa em falso e cai. Espera um momento; vê seu rosto refletido e distorcido numa poça de água suja, ele mergulha na poça na tentativa de se afogar mas esta poça ainda é rasa de mais - Ele ainda não encontrou uma poça grande o suficiente para poder morrer.


A cidade está consciente de todas as tentaivas; cada esquina conta um pouco da vida daquele cara. As pessoas o conhecem e sabem que ele "não  brinca em serviço". Os ônibus passam , os carros passam... Algumas pessoas o olham mas preferem fingir que ele não está ali; por que ver um "semelhante" jogado no chão, sabe-se lá com que tipo de angustias, incomoda demais. então é melhor fingir que aquilo não qxiste.


Ele está encharcado, a cidade está enchacada, a cidade toda é um borrão.


Numa tentativa a mais, ele bate a cabeça no asfalto, bate o mais forte que pode e consegue apenas mais um arranhão na testa e uma leve tontura -  Nada que ele ainda não tenha sentido na vida.


O arranhão na testa sangra, sangra e pinga na poça de água suja onde ele tentou se afogar, o sangue se mistura a água suja criando uma intrigante cor secundária... Ele ri disso, ele consegue perceber uma estranha beleza nisso.


Ele tenta se levantar mas uma tontura, talvez pela pancada na cabeça, lhe toma os olhos e le cai. - Eu sempre me levanto (ele cai mais ele sempre se levanta, essa é que é a verdade.)


Ele sorri uma vez mais, levanta e sai andando por entre os carros estacionados; Sem botas, molhado e com a testa ainda sangrando um pouco, mesmo assim ele sai andando sentido o cheiro do ar úmido e da cidade que ele tanto ama.


Sorrindo, com acabeça rodando e com a terrivel clareza de que algo delicado e invisivel se perdeu para sempre.





domingo, 2 de janeiro de 2011