quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A santa e a puta


Ha o cheiro de coisas mortas no caminho,  ha sombra e silencio por toda parte.

O medo toma conta do meu coração sempre que ouço passos na estrada. O rio secou, as flores se foram a terra está morta.

Da ultima vez em que estive na estrada, passei por uma casa que ardia em chamas aquecendo a madrugada gelada. Foi lindo ver toda aquela cor e fúria, assistir toda aquela destruição fez renovar na minnha alma as forças. Fiquei ali a madrugada inteira e depois, pela manhã quando restara apenas a lembrança duma noite aquecida, fui ver se sobrara algo de valor para quem sabe, poder trocar por comida.

Encontrei uma porta que levava a um porão. Desci com a arma na mão e com o peito bombeando medo desci. Havia no ar um odor quente que me lembrava carne cozida, continuei descendo a escada com muito medo do que poderia encontrar.

Liguei a lanterna quando a luz que vinha da entrada se tornou fraca, pude ver muitos corpos jogados uns por cima dos outros, eram corpor de mulheres semi despidas. Não estavam carbonizadas, elas morreram de calor. Eu ja havia ouvido falar neste lugar; funcionava com um bordel só que ao invés de dinheiro - pois sabemos que dinehiro não tem mais valor algum hoje- os viajantes pagavam com qualquer outra coisa que tivesse valor; água potavel, comida, proteção, armas...

Mas que tipo de monstro trancaria dezenas de mulheres num porão e colocaria fogo na casa em cima? ou será que elas, no desespero, tentaram se proteger la dentro se trancaram na própria sepultura?

Comecei recolher aquilo que me parecia ter valor; espelhos, algumas tinham brincos, colares, sapatos....

No canto mais escondido daquele sepulcro amaldiçoado havia uma corpo agarrado firmemente a um objeto que em principio não consegui distinguir.

Precisei chegar bem perto e virar aquele cadáver; a aquilo enconlhido no canto da parede e que uma dia fora uma mulher estava agarrado ao que parecia ser a imagem de uma santa. não sei que santa era pois nunca dei trela nem nunca entendi direito este tipo de devoção.
Vi que na mão daquele mulher havia um anel e tentei tirar. mas ela estava mesmo enrigessida segurando aquele pedaço de gesso tambem sem vida. Tive de usar muita força e quebrar alguns ossos.


- Que pedaço de carne teimoso - Pensei.

O mundo acabando e as pessoas ainda se apegam a fé... Esse cadaver por exemplo, poderia ter tentado fugir, correr, abrir a aporta e brigar no entando preferiu se agarrar a um pedaço de gesso, preferiu talvez rezar e buscar no nada uma resposta, sua salvação.... Ela preferiu se agarrar a própria morte.

Partí sem mais me preocupar com as escolhas que fazem os outros e eu teria levado a santa para trocar caso ainda tivesse rosto e não um buraco mostrando um gesso sujo e o sangue daquela prostituta.

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