domingo, 18 de julho de 2010

Andróide sem par


De repente era loucura, era olha dentro de si como se olha pra um abismo. Pior que o medo e a surpresa, pior que susto, a vertugem e o surto... Pior que tudo isso  junto era se reconhecer naquele abismo.

Depois, mais tarde suando frio e embriagado (Por que há momentos de extrema lucidez que só podem se dar quando em uma hora de completa  embriagues) entendi que quando se passa por uma coisas dessa não tem mais tempo pra sentir  medo.

Muito antes disso tudo, eram felizes os passeios pelas órbitas assombradas dos teus olhos e eram bem tranquilas as visitas aos teus planetas, eu só nunca gostei dos lugares onde havia gente, gente é mesquinha e estranha: se espremem em elevadores, constroem estradas mas não sabem em que direção ir, sentem muito ódio mas não sabem por quem, se desnudam na frente de câmeras mas não se conhecem, arriscam a partilha do que lhes pertence, matam quando tem medo, urram desnorteados a cada capitulo da novela, choram de solidão, gozam nas próprias calças, fabricam mais gente... Parecem animais no zoo... Nunca gostei de gente.

Foi lendo poesia que conheci o abismo, foi escrevendo para teatro que eu saltei pra dentro do meu abismo... Depois que se salta não tem volta, frear isso seria uma sobre vida como caminhar sem vida entre os vivos, seria se alimentar da sua própria pele e sangue até que por fim não sobre nada.

Raio de sol, flor, xote, vontade de ir passear lá looonge onde o tempo esquece da gente, pensamentos coloridos no papel.... É isso aí. Fui.


Eu queria me tornar algo próximo do humano... Não, gente não: HUMANO.





Jhonny Russel


Nenhum comentário: