sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Delirante flor sem eco



Jogar o corpo contra o ar num salto incoerente e irresponsável...
Eu te entendo menos do que gostaria.


Vibra e vê que nesse caminho o frio é companheiro e a palavra o único solfejo de vida...

Dor, desembaraço e refinado apego por coisas que só não são mais volúveis do que nós mesmos.

Quando eu te conheci, parecias uma bichinho assustado; olhos cansados de ver coisas ocas e de asas escondidas...
Daí pensei, por que esta criatura se arrasta se pode voar?!

Então ganhei tua confiança e te levei para ver o mundo lá do cume da árvore mais alta, no lugar mais lindo do mundo.

Te coloquei diante dum espelho e viste quão bonita criatura és. E que ter asas faz de ti única.

Depois, quando já sorrias e aquecida olhavas a paisagem do mundo, te empurrei lá de cima.

Enquanto caías e me olhavas, eu quase pude sentir um beijo vindo na minha direção e desarrumar meus cachos...

Nunca ouvi tua voz, nem quando quebraste tuas asas contra as pedras lá em baixo.


Bastava fechar os olhos e abrir as asas....


(Bufo)

Solidão ( É..

Sistema sem lógica.


Muito por acaso eu estou aqui e sou isso que se vê.


Os poemas rasguei para que não saibas que só sei falar de ti. Nunca os publicarei.


Mas ha beleza nisso? Em ser sol e ter de todo dia nascer sem saber a quem devo iluminar...


Achei bonito isso de ter algo de poeta e ser triste de vez em quando... Tudo normal, mas não me avisaste que eu ficaria pra trás.


Um dia desses eu vou te procurar pra te dizer que eu não sou triste. Esta será minha ultima mentira.


É uma injustiça que o sol nasça pra todos. Ja que a desgraça é pra alguns....

eu nunca quis saber de verdades, nemver coisas que nimguém mais via... Inda bem que fui atendido.

Estou aqui, pagando o pecadode de ter aberto demais os braços, por ter acreditado nos meus préstimos, por ter sido tão eu.

DESMEMÓRIA ( Olhos costurados por dentro)


DESDE ANTES DE ONTEM O RELOGIO DA TORRE NÃO TOCA SEU SINO.
É UM PROTESTO MUDO À TUA FALTA.

NA LAVOURA OS HOMENS DEIXARAM DE COLHER A CANA PRA PENSAR O QUANTO É VÃ A VIDA SEM TU.

BORDADOS POR SEREM FEITOS,
ANJOS CALADOS NAS PRAÇAS,
VIDAS ABANDONADAS E UMA GOTA DE CADA VEZ CAI NA PIA...
FAZ DE TEMPO EM TEMPO NUM ECO LOUCO, BARULHO DE TROVÃO VARRENDO DO AR TODO VESTÍGIO DE PAZ...

FOGO MORTO NA ALMA DE QUEM FICOU.
A SAUDADE AFAGANDO A PELE EM CARNE VIVA SEMPRE E CADA ÍMPETO DE RISO.

FERRAGEM
DESMEMÓRIAS
BRANCAS RENDAS
URNAS DE FÓSSEIS ABERTAS COMO A TENTAR TIRAR DALÍ E SALVAR UM POUCO DE PASSADO.

TODA ALMA DE MADEIRA FORA ROÍDA PELOS CUPINS DO REMORSO
TODO DENTE DE OURO CAÍRA COM O PASSAR DOS ANOS

A MESMA ESTRADA QUE UMA DIA TROUXE A FELICIDADE PRAQUELE LUGAR, LEVOU NA MESMA POEIRA...

TRÊS DIAS DE SOLIDÃO NA CIDADE QUE AGORA SEM COR MURMURA E SONHA.

TRÊS VEZES UMA CAUSA PERDIDA POR QUEM SE NEGOU A LUTAR,

UMA VALSA PRA TRÊS MAS FALTA UM...


"QUEM DE NÓS SERÁ MAIS TRISTE E O MAIS SÓ DOS TRÊS ?"


(Bufo)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Fuga




Sabe aquela caixa que tu guardas lá fundo, lá debaixo da cama, aquela que tu deixas escondida por detrás dos teus piores pesadelos ?!

A caixa não qual tu guardas as partes feias do teu passado, as mancadas, os sonhos desajustados e impossíveis de de tornar matéria e os sonhos dos quais tu desistisses tão facil...







Pois é, hoje eu peguei a minha e me guardei dentro dela.




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( Parafraseando a prima )