domingo, 25 de maio de 2008

Amores distantes

Amores distantes são fantasmas, presenças incorpóreas, arrepios de vento ou de lembranças – não de toques.

Aqui tem mais:
http://pinguim11.multiply.com/journal/item/17/Amores_Distantes

terça-feira, 20 de maio de 2008

Existe um lugar no qual, outrora vigiada, descançava a minha alma.
Hoje abandonada de si, faz ouvir pela sala vazia o som do vento nas cortinas...

São os fantasmas que mesmo só vivendo na imaginação e no remorso, voltam toda noite para me estrangular e me levar a paz.

Existe um lugar onde habitou a felicidade, que hoje envelhece e entristece de raiva e medo por não ser mais bela, nem ter toda a vida que tinha...




(Bufo)

quinta-feira, 15 de maio de 2008

A vida mais calma




Hoje eu queria tudo mais calmo.
Sim, hoje eu queria tudo mais lento, mais suave... Mais parecido com o que eu tenho de ideal pra esta vida...

Hoje eu gostaria apenas de senti-la espreguiçar-se demoradamente ao meu lado na cama e ouvi-la numa voz quase sumida: - Já é de manhã. - Pra em seguida, dar de ombros e enfiar o rosto alvo e amarrotado no travesseiro azul... Tudo isso muito calmamente. Como se lá fora nada se passasse, nada nos esperasse, como se lá fora não girasse em vão um mundo, como se a vida lá fora não corresse louca procurando por nós...

Eu hoje gostaria de ver a vida passada em capítulos, nos quais eu pudesse dar "PAUSE" pra aproveitar melhor tudo, e quando percebesse no rosto da minha filha um sorriso bem bonito, eu então faria um "REW" e depois "PLAY" e veria de novo, e de novo... E de novo... E de novo... E mais uma vez aquele sorriso que eu amo tanto.

Hoje eu queria a vida assim, dividida em frames, em partes iguais e com o mesmo peso... Hoje eu queria que todos pudessem dar um cochilo logo após o almoço.
Eu gostaria hoje, de ter um tempinho pra ir ver aquela amiga que está com o pai doente, e poder ficar ali uns minutos segurando a sua mão, pra ela ter certeza que tudo vai dar certo ( embora certeza eu não tenha mais...) No caminho eu pararia um instante pra olhar as mangueiras centenárias da minha cidade... E como já estivesse no rumo, passaria no cemitério pra deixar flores pra um outro amigo que não se cuidou e a quem eu não tive um tempo a dedicar-lhe... Talvez ele quisesse só segurar minha mão...

Hoje eu gostaria assim, de sentar no banco daquela praça, onde sentou Ruy Barata, onde sentou Manoel Bandeira ou ir naquele famoso bar onde foi Sartre e sentir o cheiro umidificado das palavras daquele filósofo... Ou em um banco de qualquer praça que seja! Hoje eu gostaria mesmo é de olhar as crianças brincarem, talvez eu sentisse alguma paz.

Só por hoje, eu queria a vida assim, toda passada em slow, sem nenhum erro de continuidade, sem nenhum erro de texto, sem erro nenhum!!

Eu queria hoje, ter um tempinho pra acender uma vela pra São Jorge, ir ver o mar e dar-lhe de presente uma rosa vermelha e outra branca.
Hoje eu não quero uma vida "Juicebox" dos Strokes, nem "Cry Baby" da Janis, isso tudo é muito agitado... Pra hoje eu penso em algo como uma vida "tive razão" do Seu Jorge ou "vem" da Vanessa e ficar aqui parado na tarde enquanto o som da música enche a cidade toda...

Hoje eu queria não saber de nada, não conhecer ninguém... Assim eu caminharia tranqüilo e sem medo nenhum, indo de rua em rua, assoviando sozinho uma canção bem alegre enquanto a noitinha cairia sobre minha cabeça...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sons de Jardins


Havia paz no teu olhar, havia consetimento no teu afago, havia muita luz no te sorriso...
Ou era minha criatividade? era eu querendo crer que era belo o teu coração?

Eram eternos os teu beijos, e o sopro da tua voz lacerava todo tipo de preocupação, todo tipo de mau...

Tu dizias coisas ao meu coração, coisas que só tu sabias dizer.


Na nossa janela; samambáias, rosas-menina, bem-me-queres e um ou outro pardal pra nos dizer que era hora de levantar...

De tardinha o som da chuva caindo nas pedras do jardim, que espantava o gato... Chá pra vermos o aguaceiro cair e muito papo que se estendia até de madrugada junto com o cheiro de mato que invadia o prédio todo...

Enquando a vida corria lá fora sem sentido, o sol tinha uma razão pra dentre cortinas te acordar...E eu tinha um bom motivo pra não deixar o sol entrar, um bom motivo pra chegar atrasado no trabalho.

As más linguas não nos feriam por que não nos importavamos que soubessem desse nosso jeito doido de viver...

Era asim que eu me sentia mais vivo, mais homem; esquecido de mim e de todo mundo, de olhos fechados, adormecido no teu colo nú.


E teus olhos eram tão pequenos pela manhã, mas eu gostava de te ver assim...

Havia paz no teu olhar?
Havia consetimento no teu afago?
Havia toda essa luz no te sorriso?
Ou era minha criatividade?
Era o velho Jhonny querendo crer que era belo o teu coração?

CANÇÕES DE ANARQUIA - Depois de ler um poema pensei...

É que tu, como as flores, não precisam de muito...


Um pouco de água... As incertezas das manhãs vindouras.. Outro tantinho assim de luz...


Anarquistas assim feito tu, e assim como as flores que regaste, são assim mesmo;

esquecem-se de si e florescem...


Umas em brotos outras em melodias...




(Bufo)

Fora



E havia muito inda a dizer...
teu sonho alimentado de cor e fogo, tua voz que sabia muito bem quando não não dizer (e quando sim, não dizia tudo...).

Era nela mais que mera tatuagem desbotada, era a própria pele...

Flores vivas em naturezas mortas, a eterna espera por aquele homen que não viria nunca, o fogo a nos guiar de noite, os pés aninhados na areia quente...

Mas nada quiseste compartilhar e guardaste cada uma das tuas palavras pra ti mesmo, e eram tão belas as tuas palavras poeta...

Quando em noites de ópio e rouquidão, banhavas todo o oceano no teu oceano de águas tão impuras. Mas eram raras estas noites, não as de ópio, mas eram raras as noites em que te lançavas à generosidade, e compunhas junto ao cigarro, ao som do mar e junto de mim, versos que nunca lembrarei.

Hoje o poeta se foi, dizem que em uma carruagem de fogo subiu aos céus, e louco de tédio e risos, se lançou de volta e caiu no mar...

Talvez seja por isso que sempre voltamos aquele lugar, com esperança de um dia ouvir de novo a voz do poeta.

Disseram: "É louco o poeta..."

Quero ser doido varrido feito ele, por que aqui em Belém, a sanidade é a véspera da morte.

De uma coisa eu lembro:





Tal e qual !

qual nada !

qual cada um de nós hoje aqui...




(Bufo)