quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Yep








A [espaço] gente – Fica bem melhor, bem mais bonito, mais saudável e fica muito mais em paz separados.



- E fim -

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Protocolo






Existe com certeza uma tendência à sofisticação da solidão e ao culto das pequenas síndromes modernas desses tempos tão estranho em que vivemos. Nós criamos siglas para que possamos nos sentir dentro dum campo estudado, acolhidos neste ou naquele grupo, sempre foi assim, sempre será. Nunca foi tão difícil não ter problema algum.
Modinhas á parte eu nunca vi muita graça em estar só, ficar só... É sem sombra de dúvida um requinte de condenados, saber de si como algo que nasce e morre sem ter a quem explicar nada.
carregar no peito um mal contra qualquer investida; ir a festas, se cercar de gente, tem mil contatos na agenda telefônica é apenas um paleativo, um analgésico... Água para curar um câncer.
O melhor lado da solidão e também o pior é o perigo de, a qualquer instante, numa esquina dessas... Dar de cara consigo.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A menina olha para mundo e se ri.






Dalí do terceiro andar onde mora, ela olha pra tudo lá em baixo e nada é mistério; não sabe em que sentido a terra gira, não sabe quem veio primeiro; se a solidão ou a percepção desta. A menina não pensa em conspirações ou atentados, não sabe das previsões nem dos profetas. Sabe com certeza que lá fora há gente com fome, mas seu pai prometeu resolver isso então ela brinca. (venha leitor, segure minha mão e venha...)

Brinca que é uma rainha e dali da torre mais alta comanda um mundo de alegria onde ninguém vai à escola ou tem obrigações senão correr, pular nos igarapés ou comer todo tipo de doce quanto der conta...

Essa menina-rainha não gosta de dormir e de noite olha da sua varanda as luzes da cidade e pergunta ao pai qual vai ser o tema do passeio de amanhã.

Um dia essa rainha-menina me coroou “rei de todos os amores” e declarou que todos deveriam me amar, sob pena de não merecer o amor que eu tenho. Achei isso bonito e na noite deste dia eu tive sonhos coloridos e alegres que bem poderiam durar a vida toda.
Boa noite menina, boa noite rainha, boa noite...

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu te amo não diz tudo!





Dez anos depois eles se encontraram.
O tempo fora generoso com ambos; tinham profissões com as quais pagavam as contas e sobrava sempre um trocado pro whisky e pra ajudar quem tivesse menos.
Ela sorriu quando o viu entrar no bar naquela noite. Ele não a reconheceu, ou fingiu não reconhecer. Havia ainda muita magoa naquele coração.

Ela foi ao seu encontro e enquanto ele pagava o maço de cigarros ela cutucou seu ombro... Ele quase se denunciou.

Ela sentiu novamente aquela emoção de quando eles eram um, de quando a cidade festejava aquele romance. Esta era a primeira vez que eles se viam ou se falavam em dez anos, desde que ele fora morar em outro estado.

-Fala bonitão, que surpresa agradável! – E o abraçou.
- E ai menina, nossa... Uma eternidade.

Conversaram a noite toda. Não transaram, não trocaram contato e nem prometeram se ligar. Se despediram.

Ele – Eu tenho a sensação que não passamos de “dois estranhos que por algum tempo dividiram a mesma cama...” - Pensou antes de acender outro cigarro.

Ela – O que será que ele quis dizer com “eu te amo”? – Lembrando-se do ultimo momento em que se viram há dez anos atrás.



-Fim -