quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em construção

Chegaste num canto de encantaria; na peleja da fé contra o tempo montando o cavalo d'Ogum.

(...)

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Meu amor, meu pequenino grande amor.

Eu sei que  vida não tem sido facil pra gente ( mas também não vamos reclamar) eu sei que as vezes eu perco a paciencia contigo. E cofesso que muitas dessas vezes eu mesmo poderia ter evitado tantas palavras duras e ditas tão auto.

Não sei como é isso na tua cabeça de criança, não sei como tu entendes quando te digo que não posso te dar isto ou aquilo quando me pedes... Não poder te dar tudo isso que mereces me magoa, não gosto de ver teu rosto decepcionado, me fere...

Mas olha, isso vai mudar, seu papai ja teve dias muito melhores e vou correr na frente, vou acordar mais cedo todos os dias pra que seja verdade os dias felizes da tua vida. Eu tenho certeza que vamos superar estes dias horriveis, esquecer o que puder ser esquecido e tocar em frente. Saiba meu amor que todo dia ue saio de casa pensando em como eu posso melhorar, nem que seja um pouquinho, este mundo onde vão viver tu e teu maninho.

Prometo que isso tudo vai passar. Eu não vou me arrepender das escolhas que fiz, sei que muitas delas é que me levaram a  estes momentos inglórios mas estas mesmas escolhas foram feitas por que eu não queria ter do que me envergonhar diante de ti no futuro.

Meu amorzinho, estou tentando te conhecer; muito de mim percebo nas tuas falas e no modo como questionas o mundo ao teu redor. Fico feliz por questionares e eu sempre vou estar perto para te dar aquela foça, quado precisares.



Hoje foi um dia bem bacana; teu primeiro dentinho caiu ( eu gravei tudo) fiz contatos de trabalho  muito bons e comecei a escrever uma nova peça.


Filha, algumas coisas na vida não tem jeito, acontecem: As pessoas mudam, todo mundo chora um dia, os grandes amores nem sempre são tão grande assim e em 50% das vezes nem valem o esforço, todo mundo mundo envelhece, alguns amigos vão embora, outros morrem. e quando entender isso filha chore, se sentir vontade. Seja bastante leal aos teus desejos, ainda que pareçam errados aos outros, mas também tenha boncenso, celebre seus amigos, cuide bem  dos seus irmãsozinhos por que eles são o laço entre o teu passado e o teu presente... Eles são uma estençaõ de ti. Respeite as pessoas e quando cresceres e estiveres cuidando dos teus.... Não esqueças este seu paizinho.

Amo-te,
boa noite perereca.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dez anos depois - Uma história de família

Um dia eu tive de enterrar um filho.

Isso mecheu comigo e mudou minha vida de uma maneira unica e triste. Qual a novidade nisso?
Nenhuma; qualquer pessoa com o minimo de atividade cerebral choraria, olharia pro distante inatingivel e se pergunria o por que daquilo, desejaria morrer (talvez eu já tenha morrido). uma coisa que me chama atenção naquele momento é que eu não pensei que era obra do diabo, não culpei ninguém, não pensei em deus, na verdade eu nunca mais pensei em deus.

Mas eu fiz tudo direitinho; encaminhei os tramites legais, paguei as contas e carreguei aquele pequeno caixão até o local donde eu me despediria da filha que viveu apenas cerca de seis horas.

Isso nem é uma queixa nem nada; se eu pensar direito eu fui ate bem afortunado: A mãe, nem pode se despedir, estava no hospital internada. (ela esta viva e hoje somos grandes amigos, ela é madrinha da segunda filha que tive com muita saúde e toda alegria do mundo ilumenando o meu caminho como a me recompensar...)

Eu não me tornei amargo por conta da perda, não me transformei em um monstro magoado com a vida.

Eu só passei a viver com muito medo de ter algo que fosse meu e que eu pudesse perder. Não sei direito por que eu me lembrei de tudo isso... Talves o assombro de saber que joguei no lixo os ultimos três anos da minha vida, talvez...


Nao sei por que isso volta a tona dez anos depois...



Vou ficar atento.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Deus tempo




Houve um tempo em que ele agradeceria a deus por esta chuva que cai sobre a cidade.




Houve um tempo em que nessa hora ele correria para aquele lugar onde eles foram um, e lá falariam sobre tudo; sobre a cidade estar mais limpa ou não, sobre os carros que estão mais rápidos, sobre as pessaos estarem mais sós... Ou não.





Ele caminha como um zumbi por entre os carros estacionados, como um ser morto e sem alma. Ele não tem medo, nem frio, nem vontades, nem nada.




O cheiro do asfalto molhado, o barulho dos pássaros gorgolejando felizes pela chegada da chuva, o peso da água caindo móbida no seu cabelo. E ele andando em circulos sem deixar rastros...


Completamente encharcado ele pula de poça em poça.


Ele pula, pisa em falso e cai. Espera um momento; vê seu rosto refletido e distorcido numa poça de água suja, ele mergulha na poça na tentativa de se afogar mas esta poça ainda é rasa de mais - Ele ainda não encontrou uma poça grande o suficiente para poder morrer.


A cidade está consciente de todas as tentaivas; cada esquina conta um pouco da vida daquele cara. As pessoas o conhecem e sabem que ele "não  brinca em serviço". Os ônibus passam , os carros passam... Algumas pessoas o olham mas preferem fingir que ele não está ali; por que ver um "semelhante" jogado no chão, sabe-se lá com que tipo de angustias, incomoda demais. então é melhor fingir que aquilo não qxiste.


Ele está encharcado, a cidade está enchacada, a cidade toda é um borrão.


Numa tentativa a mais, ele bate a cabeça no asfalto, bate o mais forte que pode e consegue apenas mais um arranhão na testa e uma leve tontura -  Nada que ele ainda não tenha sentido na vida.


O arranhão na testa sangra, sangra e pinga na poça de água suja onde ele tentou se afogar, o sangue se mistura a água suja criando uma intrigante cor secundária... Ele ri disso, ele consegue perceber uma estranha beleza nisso.


Ele tenta se levantar mas uma tontura, talvez pela pancada na cabeça, lhe toma os olhos e le cai. - Eu sempre me levanto (ele cai mais ele sempre se levanta, essa é que é a verdade.)


Ele sorri uma vez mais, levanta e sai andando por entre os carros estacionados; Sem botas, molhado e com a testa ainda sangrando um pouco, mesmo assim ele sai andando sentido o cheiro do ar úmido e da cidade que ele tanto ama.


Sorrindo, com acabeça rodando e com a terrivel clareza de que algo delicado e invisivel se perdeu para sempre.





domingo, 2 de janeiro de 2011